terça-feira, outubro 06, 2020

CHAVES E CONEXÕES

 A conexão é uma das principais chaves que geram o amor.

A maioria das chaves simplesmente não nos acessam. 

Poucas conseguem acessar uma ou duas das três portas do nosso tempo, mas não todas elas. Algumas até conseguem acessar nosso passado, com confidências; ou até mesmo o nosso presente, na necessidade do agora, mas às vezes não vemos aquela pessoa no nosso futuro, em um longo olhar para o horizonte de nossa vida.

Outras até acessam o futuro, mas não confiamos nela o nosso passado.

Há aquelas conexões que acessam o nosso corpo, entretanto falham no coração.

Quando acessam nossos sentimentos, não compartilhamos os pensamentos.

Outras acessam a ocasião, mas não a completude.

Há conexões que preenchem os olhos, mas não nos sustentam no caminho.

Muitas geram o nosso sorriso, mas poucas acessam as lágrimas.

Algumas abrem portas para a amizade, contudo não para amor.

Deste modo, percorremos parte da vida procurando ou esperando pela conexão humana que mudará a nossa vida.

Porém, o mais infeliz de nós é aquele que ao ser acessado esconde-se por trás de alguma porta, empurrando-a em direção contrária, por achar que deve ser cedo demais para abrir passagens com a finalidade de se viver uma conexão real, entretanto não tem o mesmo receio de viver uma vida de tantas conexões rasas ou postiças.

As chaves e fechaduras foram feitas pelas mesmas Mãos e pensadas pela mesma Mente, sendo matéria da mesma matéria — mas em outro tempo/espaço —, antes de serem colocadas em bolsos distintos. Somente o (re)encontro possibilita a abertura e o redescobrimento de si no outro.

O design de cada aspecto, curva e chanfradura tornam-nos únicos. O acesso que este encontro carrega é o ideal para o qual fomos idealizados: nos relacionar com intimidade, fluxo, conexão e acesso. O resto é perder tempo brincando de esconde-esconde.

(Esboço de um pensamento, William Frezze)