terça-feira, abril 07, 2020

A BELEZA E A PERFEIÇÃO


A beleza e a perfeição não são a mesma coisa, embora muitos as confundam.

Etimologicamente, a perfeição traz o sentido de: completo, terminado.
Já a beleza quer dizer: aquilo que está em seu momento.

A perfeição requer a satisfação das exigências.
Mas para a beleza, basta o reconhecimento.

A perfeição é sacrificial e construível.
A beleza é natural e auto imposta.

A beleza convive com a rejeição.
Mas a perfeição requer a unanimidade

A perfeição é a busca pelo encaixe.
Mas a beleza não se encaixa e, por isso, se destaca.

A perfeição te fascina pela fantasia de um mundo linear.
Mas a beleza te apaixona pela organização em meio ao caos.

A beleza pode ser contraposta.
Mas a perfeição é necessariamente simétrica.

A beleza é inconfigurável.
Mas a perfeição, sob pretexto de configuração, adota padrões.

A beleza oferta novidade, carrega originalidade e intriga percepções.
Mas a perfeição plagia, transcreve e acomoda amostras.

A perfeição é como um «Déjà vu» coletivo.
Mas a beleza inaugura eras e revoluciona conceitos.

A perfeição é senso comum e holofótica.
A beleza é, por vezes, incompreendida e invisível.

A perfeição se enrijece para resistir ao tempo.
A beleza é delicada e efêmera.

A perfeição está nos detalhes.
A beleza está no todo.

Cuide da beleza, mas não cultue a perfeição.

O manequim imortal pode até ser perfeito, mas a mulher, embora mortal, é bela, viva e apaixonantemente única em seu modo de ser.