quinta-feira, novembro 13, 2014

BIBLIOTECA VIRTUAL | CENTENAS DE LIVROS: WILLIAM FREZZE

Olá, nobres operadores do Direito.
Tendo em vista os inúmeros livros que eu acumulei ao longo de meus estudos — que ainda acontecem  resolvi compartilhar com vocês a minha Biblioteca Virtual.

Ela esta armazenada no Google Drive, e pode ser acessada ao clicar na imagem a baixo.





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William Frezze | Criar seu atalho

quarta-feira, agosto 06, 2014

O grande debate do bispo que calou o papa: INFABILIDADE PAPAL

       A baixo o discurso pronunciado no célebre Concílio Vaticano, de 1870, pelo Bispo Católico Strossmayer, contra diversas doutrinas católicas que estão erradas, dentre elas a Doutrina da Infabilidade Papal, a infalibilidade papal é um dos dogmas da Igreja Católica. A teologia católica afirma que o Papa, em comunhão com o Sagrado Magistério, quando delibera e define solenemente algo em matéria de fé ou moral, ex cathedra, está sempre correcto. 







Veneráveis padres e irmãos:

 Não sem temor, porém com uma consciência livre e tranqüila, ante Deus que nos julga, tomo a palavra nesta augusta assembléia.

  Prestei toda a minha atenção aos discursos que se pronunciaram nesta sala, e anseio por um raio de luz que, descendo de cima, ilumine a minha inteligência e me permita votar os cânones deste Concílio Ecumênico, com perfeito conhecimento de causa.
  Compenetrado da minha responsabilidade, pela qual Deus me pedirá contas, estudei com a mais escrupulosa atenção os escritos do Antigo e do Novo Testamento, e interroguei esses veneráveis monumentos da Verdade: se o Pontífice que preside aqui é verdadeiramente o sucessor de São Pedro, Vigário do Cristo e infalível doutor da Igreja. 
  Transportei-me aos tempos em que ainda não existiam o ultramontanismo nem o galicanismo, em que a Igreja tinha por doutores: São Paulo, São Pedro, São Tiago e São João, aos quais não se pode negar a autoridade divina, sem pôr em dúvida o que a Santa Bíblia que o Concílio de Trento proclamou como a regra da Fé e da Moral. Abri essas sagradas páginas e sou obrigado a dizer-vos: nada encontrei que sancione, próxima ou remotamente, a opinião dos ultramontanos! E maior é a minha surpresa quando, naqueles tempos apostólicos, nada há que fale de papa para sucessor de São Pedro e vigário de Jesus Cristo! 
  Vós, Monsenhor Manning, direis que blasfemo; vós Monsenhor Pio, direis que estou demente! Não, Monsenhores; não blasfemo nem perdi o juízo! Tendo estudado todo o Novo Testamento, declaro, ante Deus e com a mão sobre o crucifixo, que nenhum vestígio encontrei do papado.
  Não me recuseis a vossa atenção, meus veneráveis irmãos! Com os vossos sussurros e interrupções justificais os que dizem, como o padre Jacinto, que este Concílio não é livre; se assim for, tende em vista que esta augusta assembléia, que prende a atenção de todo o mundo, cairá no mais terrível descrédito.
  Agradeço a Sua Ex., o Monsenhor Dupanloup, o sinal de aprovação que me faz com a cabeça; isso me alenta e anima prosseguir.
   Lendo, pois os santos livros, não encontrei neles um só capítulo, um só versículo que dê a São Pedro a chefia sobre os Apóstolos. Não só o Cristo nada disse sobre esse ponto, como, ao contrário, prometeu tronos a todos os Apóstolos (Mt 19,28), sem dizer que o de Pedro seria o mais elevado que os dos outros! Que diremos do seu silêncio? A lógica nos ensina a concluir que o Cristo nunca pensou em elevar Pedro à chefia do Colégio Apostólico. 
  Quando Cristo enviou os seus discípulos a conquistar o mundo, a todos - igualmente - fez a promessa do Espírito Santo.
  Dizem as Santas Escrituras que até proibiu a Pedro e a seus colegas de reinarem ou exercerem senhorio (Lc 22,25-26). 
  Se Pedro fosse eleito papa Jesus não diria isso, porque, segundo a nossa tradição, o papado tem uma espada em cada mão, simbolizando os poderes espiritual e temporal. Ainda mais: se Pedro fosse papa ou chefe dos Apóstolos, permitiria que esses seus subordinados o enviassem, com João, à Samaria, para anunciar o Evangelho do Filho de Deus? (At 8,14).
   Que direis vós, veneráveis irmãos, se nos permitíssemos, agora mesmo, mandar Sua Santidade Pio IX, que aqui preside, e Sua Eminência, Monsenhor Plantier, ao Patriarca de Constantinopla, para convencê-lo de que deve acabar com o cisma do oriente? O símile é perfeito, haveis de concordar.
   Mas temos coisa ainda melhor: Reuniu-se em Jerusalém um concílio ecumênico para decidir questões que dividiam os fiéis. Quem devia convocá-lo? Sem dúvida, Pedro, se fosse papa. Quem devia presidir a ele? Por certo, Pedro. Quem devia formular e promulgar os cânones? Ainda Pedro, não é verdade? Pois bem: nada disso sucedeu! Pedro assistiu ao Concílio com os demais Apóstolos, sob a direção de São Tiago! At 15).
  Assim, parece-me que o filho de Jonas não era o primeiro, como sustentais.


  Encarando agora por outro lado, temos: enquanto ensinamos que a Igreja está edificada sobre Pedro, São Paulo (cuja autoridade devemos todos acatar) diz-nos que ela está edificada sobre o fundamento da fé dos Apóstolos e Profetas, sendo Jesus Cristo a principal pedra do ângulo. (Ef 2,20).
  Esse mesmo Paulo, ao enumerar os ofícios da Igreja, menciona apóstolos, profetas, evangelistas e pastores; e será crível que o grande Apóstolo dos gentios se esquecesse do papado, se o papado existisse? Esse olvido me parece tão impossível como um historiador deste Concílio que não fizesse menção de Sua Santidade Pio IX.

 (Apartes: Silêncio, herege! Silêncio!)...

 Acalmai-vos, veneráveis irmãos, porque ainda não conclui, impedindo-me de prosseguir, provareis ao mundo que sabeis ser injustos, tapando a boca do menor membro desta assembléia. Continuarei:
   O Apóstolo Paulo não faz menção, em nenhuma das suas Epistolas, às diferentes Igrejas, da primazia de Pedro; se essa existisse e se ele fosse infalível como quereis, poderia Paulo deixar de mencioná-la, em longa Epístola sobre tão importante ponto?
  Concordai comigo. A Igreja nunca foi mais bela, mais pura e mais santa que naqueles tempos em que não tinha papa.

 (Apartes: Não é exato; não é exato!).

 Porque negais, Monsenhor de Laval? Se algum de vós outros, meus veneráveis irmãos, se atreve a pensar que a Igreja, que hoje tem um papa (que vai ficar infalível) , é mais firme na fé e mais pura na moralidade que a Igreja Apostólica, diga-o abertamente ante o Universo, visto como este recinto é um centro do qual as nossas palavras voam de pólo a pólo! Calai-vos? Então continuarei: 
  Também nos escritos de São Paulo, de São João, ou de São Tiago, não descubro traço algum do poder papal! São Lucas, o historiador dos trabalhos Apostólicos, guarda silêncio sobre tal assunto! Isso deve preocupar-vos muito. Não me julgueis um cismático!
  Entrei pela mesma porta que vós outros; o meu título de Bispo deu-me direito a comparecer aqui, e a minha consciência, inspirada no verdadeiro Cristianismo, me obriga a dizer-vos o que julga ser verdade.
  Penso que, se Pedro fosse vigário de Jesus Cristo, ele não o sabia, pois que nunca procedeu como papa: nem no dia de Pentecostes, quando pregou o seu primeiro sermão, nem no Concílio de Jerusalém, presidido por São Tiago, nem na Antioquia, e nem nas Epístolas que dirigia às Igrejas. Será possível que ele fosse papa sem o saber?
  Parece-me escutar de todos os lados: Pois São Pedro não esteve em Roma? Não foi crucificado de cabeça para baixo? Não existem os lugares onde ensinou e os altares onde disse missa nessa cidade?
   E eu responderei: Só a tradição, veneráveis irmãos, é que nos diz ter São Pedro estado em Roma; e como a tradição é tão somente a tradição da sua estada em Roma, é com ela que me provareis o seu episcopado e a sua supremacia?
   Scalígero, um dos mais eruditos historiadores, não vacila em dizer que o episcopado de São Pedro e a sua residência em Roma se devem classificar no número das lendas mais ridículas!

 (Repetidos gritos e apartes: Tapai-lhe a boca, fazei-o descer desta cadeira!).

   Meus veneráveis irmãos, não faço questão de calar-me como quereis, mas não será melhor examinar todas as coisas como manda o Apóstolo, e crer só no que for bom? Lembrai-vos de que temos um ditador ante o qual todos nós, mesmo Sua Santidade Pio IX, devemos curvar a cabeça: Esse ditador, vós bem o sabeis, é a História!
   Permiti que repita: Folheando os Sagrados Escritos não encontrei o mais leve vestígio do papado nos tempos apostólicos! E percorrendo os anais da Igreja, nos quatro primeiros séculos, o mesmo me sucedeu!
   Confessar-vos-ei que o que encontrei foi o seguinte: Que o grande Santo Agostinho, Bispo de Hipona , honra e glória do Cristianismo e secretário no Concílio de Melive, nega a supremacia ao Bispo de Roma. Que os Bispos da África, no sexto Concílio de Cartago, sob a presidência de Aurélio, Bispo dessa cidade, admoestavam Celestino, Bispo de Roma, por supor-se superior aos demais Bispos,enviando-lhes comissionados e introduzindo o orgulho na Igreja. Que, portanto o papado não é instituição divina.
   Deveis saber meus veneráveis irmãos, que os Padres do Concílio de Calcedônia colocaram os Bispos da antiga e nova Roma na mesma categoria dos demais Bispos.
  Que aquele sexto Concílio de Cartago proibiu o titulo de "Príncipe dos Bispos", por não haver soberania entre eles. E que São Gregório I escreveu estas palavras, que muito aproveitam a tese: — Quando um Patriarca se intitula "Bispo Universal", o titulo de Patriarca sofre incontestavelmente descrédito. Quantas desgraças não devemos esperar, se entre os sacerdotes se suscitar tais ambições? Esse "bispo" será o rei dos orgulhosos! (Pelágio II, Cent. 13).
   Com tais autoridades e com muitas outras que poderia citar-vos, julgo ter provado que os primeiros Bispos de Roma não foram reconhecidos como bispos universais ou papas, nos primeiros séculos do Cristianismo. E, para mais reforçar os meus argumentos, lembrarei aos meus veneráveis irmãos que foi Osio, Bispo de Cordova quem presidiu ao primeiro Concílio de Nicéia, redigindo os seus cânones; e que foi ainda esse Bispo que, presidindo ao Concílio de Sárdica, excluiu o enviado de Julio, Bispo de Roma!
   Mas da direita me citam estas palavras do Cristo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Sois, portanto chamados para este terreno.
  Julgais veneráveis irmãos, que a rocha ou pedra sobre que a Santa igreja está edificada, é Pedro; mas permiti que eu discorde desse seu modo de pensar.
  Diz São Cirilo, no seu quarto livro sobre a Trindade: "A rocha ou pedra de que nos fala Mateus, é a fé imutável dos Apóstolos". Santo Olegário, Bispo de Poitiers, em seu segundo livro sobre a Trindade, repete: Que aquela pedra é a rocha da fé confessada da boca de São Pedro. E no seu sexto livro, mais luz nos fornece, dizendo: É sobre esta rocha da confissão da fé que a Igreja está edificada. São Jerônimo, no sexto livro sobre São Mateus, é de opinião que Deus fundou sua Igreja sobre a rocha ou pedra que deu o seu nome a Pedro.
   Nas mesmas águas navega São João Crisóstomo quando, em sua homilia 56 a respeito de Mateus, escreve: — Sobre esta rocha edificarei a minha Igreja: e esta rocha é a confissão de Pedro. E eu vos perguntarei, veneráveis irmãos, qual foi a confissão de Pedro?
   Já que não me respondeis eu vo-la direi: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus".
  Ambrósio, o santo Arcebispo de Milão, S. Basílio de Salência e os Padres do Concílio de Calcedônia ensinam precisamente a mesma coisa. Entre os doutores da antiguidade cristã, Santo Agostinho ocupa um dos primeiros lugares, pela sua sabedoria e pela sua santidade. Escutai como ele se expressa sobre a primeira Epistola de São João: Edificarei a minha Igreja sobre esta rocha, significa claramente que é sobre a fé de Pedro. No seu tratado 124, sobre o mesmo São João, encontra-se esta significativa frase: Sobre esta rocha, que acabais de confessar, edificarei a minha Igreja; e a rocha era o próprio Cristo, filho de Deus.
  Tanto esse grande e santo bispo não acreditava que a Igreja fosse edificada sobre Pedro, que disse em seu sermão nº 13: — Tu és Pedro, e sobre essa pedra ou rocha que me confessaste, que reconheceste, dizendo: Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo; edificarei a minha Igreja, sobre mim mesmo; pois sou o filho do Deus vivo. Edificarei sobre mim mesmo e não sobre ti. Haverá coisa mais clara e positiva?
   Deveis saber que essa compreensão de Santo Agostinho, sobre tão importante ponto do Evangelho, era a opinião corrente no mundo cristão naqueles tempos. Estou certo de que não me contestareis.
   Assim é que resumindo vos direi:
   
  1.  -Que Jesus deu aos outros Apóstolos o mesmo poder que deu a Pedro.
  2. -Que os Apóstolos nunca reconheceram em São Pedro a qualidade de vigário do Cristo e infalível doutor da Igreja.
  3. -Que o mesmo Pedro nunca pensou ser papa, nem fez coisa alguma como papa.
  4. -Que os Concílios dos quatro primeiros séculos nunca deram, nem reconheceram o poder e a jurisdição que os bispos de Roma queriam ter.
  5. -Que os Santos Padres, na famosa passagem: — Tu és Pedro, e sobre esta pedra (a confissão de Pedro) edificarei minha Igreja — nunca entenderam que a Igreja estava edificada sobre Pedro (super petrum), e sim sobre a rocha (super petram), isto é: sobre a confissão da fé do Apóstolo!

 Concluo, pois, com a História, a razão, a lógica, o bom senso e a consciência do verdadeiro cristão, que Jesus não deu supremacia alguma a Pedro, e que os bispos de Roma só se constituíram soberanos da Igreja, confiscando, um por um, todos os direitos de episcopado!

 (Vozes de todos os lados: Silêncio, insolente, silêncio, silêncio!).

 Não sou insolente! Não, mil vezes não!
 Contestai a História, se ousais fazê-lo; mas ficai certos de que não a destruireis!
 Se avancei alguma inverdade, ensinai-me isso com a História, à qual vos prometo fazer a mais honrosa apologia. Mas compreendei que eu não disse tudo quanto quero e posso dizer. Ainda que a fogueira me aguardasse lá fora, eu não me calaria! Sedes pacientes como manda Jesus. Não junteis a cólera ao orgulho que vos domina!
  Disse Monsenhor Dupanloup, nas suas célebres Observações sobre este Concílio do Vaticano, e com razão, que, se declararmos infalível a Pio IX, necessariamente precisamos sustentar que infalíveis também eram os seus antecessores. Porém, veneráveis irmãos, com a História na mão, eu vos provarei que alguns papas faliram.
  Passo a provar-vos, veneráveis irmãos, com os próprios livros existentes na biblioteca deste Vaticano, como é que faliram alguns papas que nos têm governado:
    O papa Marcelino entrou no templo de Vesta e ofereceu incenso à deusa do paganismo. Foi, portanto, idólatra; ou pior ainda: foi apostata!
    Libório consentiu na condenação de Atanásio; depois passou para o Arianismo.
    Honório aderiu ao Monotelismo.
 Gregório I chamava Anti-Cristo ao que se impunha como — Bispo Universal; — e, entretanto Bonifácio III conseguiu do parricida Imperador Focas obter esse titulo em 607.
  Pascoal II e Eugênio III autorizavam os duelos, condenados pelo Cristo; enquanto que Julio II e Pio IV os proibiram.
   Adriano II, em 872, declarou válido o casamento civil; entretanto, Pio VII, em 1823, condenou-o.
  Xisto V publicou uma edição da Bíblia e, com uma bula, recomendou a sua leitura; e aquele Pio VII excomungou a edição.
   Clemente XIV aboliu a Companhia de Jesus, permitida por Paulo III; e o mesmo Pio VII a restabeleceu.
  Porém, para que mais provas? Pois o nosso Santo Padre Pio IX não acaba de fazer a mesma coisa quando, na sua bula para os trabalhos deste Concílio, dá como revogado tudo quanto se tenha feito em contrário ao que aqui for determinado, ainda mesmo tratando-se de decisões dos seus antecessores? Até isso negareis?
  Nunca eu acabaria, meus veneráveis irmãos, se me propusesse a apresentar-vos todas as contradições dos papas, em seus ensinamentos. Como então poderá dar-lhes a infalibilidade? Não sabeis que, fazendo infalível Sua Santidade, que presente se acha e me ouve, tereis que negar a sua falibilidade e a de seus antecessores?
   E vos atrevereis a sustentar que o Espírito Santo vos revelou que a infalibilidade dos papas data apenas deste ano de 1870?
  Não vos enganeis a vós mesmos: Se decretardes o dogma da infalibilidade papal, vereis os protestantes, nossos rancorosos adversários, penetrarem por larga brecha com a bravura que lhes dá a História. E que tereis vós a opor-lhes? O silêncio, se não quiserdes desmoralizar-vos.

 (Gritos: É demais; basta, basta!).

 Não griteis, Monsenhores! Temer a História, é confessar-vos derrotados! Ainda que pudésseis fazer rolar toda a água do Tibre sobre ela, não borraríeis nem uma só das suas páginas! Deixai-me falar e serei breve.
  Vergílio comprou o papado de Belisário, tenente do Imperador Justiniano. Por isso, foi condenado no segundo Concílio de Calcedônia, que estabeleceu este cânone: — O bispo que se eleve por dinheiro será degradado. Sem respeito àquele cânone, Eugênio III, seis séculos depois, fez o mesmo que Vergílio, e foi repreendido por São Bernardo, que era a estrela brilhante do seu tempo.
  Deveis conhecer a história do papa Formoso; Estevão XI fez exumar o seu corpo, com as vestes pontificais; mandou cortar-lhe os dedos e o arrojou ao Tibre. Estevão foi envenenado; e tanto Romano como João, seus sucessores, reabilitaram a memória de Formoso. Lede Plotino, lede Barônio, o Cardeal! É dele que me sirvo. 
  Barônio chega a dizer que as poderosas cortesãs vendiam, trocavam e até mesmo se apoderavam dos bispados; e, horrível é dizê-lo, faziam papas os seus amantes!
   Genebrado sustenta que, durante 150 anos, os papas, em vez de apóstolos, foram apóstatas.
   Deveis saber que o papa João XII foi eleito com a idade de dezoito anos tão somente; e que o seu antecessor era filho do Papa Sérgio com Marózzia. Que Alexandre VI era, nem me atrevo a dizer o que ele era de Lucrécia; e que João XXII negou a imortalidade da alma, sendo deposto pelo Concílio de Constança.
   Já nem falo dos cismas que tanto têm desonrado a Igreja. Volto porém, a dizer-vos que, se decretais a infalibilidade do atual bispo de Roma, devereis decretar também a de todos os seus antecessores; mas, atrever-vos-eis a tanto?

 (Gritos: Descei da cadeira, descei já; tapemos a boca desse herege). 
  
Não griteis, meus veneráveis irmãos, com gritos nunca me convencereis. A História protestará eternamente sobre o monstruoso dogma da infalibilidade papal; e quando mesmo todos vós o aproveis, faltará um voto, e esse voto é o meu!
   Mas, voltemos à doutrina dos Apóstolos: Fora dela só há erros, trevas e falsas tradições. Tomemos a eles e aos Profetas pelos nossos únicos mestres, sob a chefia de Jesus. Firmes e imóveis como a rocha, constantes e incorruptíveis nas inspiradas Escrituras, digamos ao mundo: Assim como os sábios da Grécia foram vencidos por Paulo, assim a Igreja Romana será também vencida [...]

 (Gritos clamorosos: Abaixo o protestante! Abaixo o calvinista! Abaixo o calvinista! Abaixo o traidor da Igreja!). 

Os vossos gritos, Monsenhores, não me atemorizam, e só vos comprometem. As minhas palavras têm calor, mas a minha cabeça está serena. Não sou de Lutero, nem de Calvino, nem de Paulo, e sim, e tão somente do Cristo. 

(Novos gritos: Anátema! Anátema! Anátema vos lançamos!).

 Anátema! Anátema! Para os que contrariam a doutrina de Jesus! Ficai certos de que os Apóstolos, se aqui comparecessem, vos diriam a mesma coisa que acabo de declarar-vos. Que lhes diríeis vós, se eles, que predicaram e confirmaram com seu sangue, lembrando-vos o que escreveram, vos mostrassem o quanto tendes deturpado o Evangelho do amado Filho de Deus? Acaso lhes diríeis: Preferimos a doutrina dos Loiólas à do Divino Mestre?
   Não! Mil vezes não! A não ser que tenhais tapado os ouvidos, fechado os olhos e embotado a vossa inteligência, o que não creio. Oh! Se Deus quer castigar-nos, fazendo cair pesadamente a sua mão sobre nós, como fez ao Faraó, não precisa permitir que os soldados de Garibaldi nos expulsem daqui; basta deixar que façais de Pio IX um Deus.
   Evitai, sim, evitai, meus veneráveis irmãos, o terrível precipício a cuja borda estais colocados. Salvai a Igreja do naufrágio que a ameaça, e busquemos todos, nas Sagradas Escrituras, a regra da fé que devemos crer e professar, Digne-se Deus assistir-me. Tenho Concluído".

(Todos os padres se levantaram, muitos saíram da sala; porém alguns prelados italianos, americanos, alemães, franceses e ingleses rodearam o inspirado orador e, com fraternais apertos de mão, demonstraram concordar com o seu modo de pensar).


Retrato de Josip Juraj Strossmayer


1) Josip Juraj (José Jorge) Strossmayer nasceu em Osiek (Croácia, lugoslávia) aos 4 de novembro de 1815, de família originàriamente alemã. Estudou Filosofia em Budapeste, Teologia em Viena, e foi ordenado sacerdote em 1838; sagrado bispo em 1850, foi governar a diocese de Bósnia e Sírmia, com sede em Djakovo. Em breve tornou-se figura central na vida religiosa, cultural e política da Croácia, posta sob o governo imperial austro-húngaro. Uma das grandes aspirações de sua vida foi a união dos Eslavos separados da Igreja Católica. Neste sentido muito colaborou com os Pontífices Pio IX e Leão XIII.   Strossmayer chamou a atenção principalmente pela atitude que tomou no Concilio do Vaticano em 1870, conforme vimos acima.

quarta-feira, maio 21, 2014

Debate: Estevão viu quantas pessoas?

William Frezze
Estevão viu a Glória do unigênito do Pai, e um dia haveremos de ver também!
Glória a Deus!

Amei
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Comentários

Joao Batista Delmondes Atos 7:55,56 Mas aqui, Lucas narra, de modo irrefutável, que Estêvão viu: 1º a Glória de Deus; 2º Jesus; 3º Deus, o Pai. A expressão " a destra de Deus" significa "à direita de Deus" e não " a Glória de Deus", como insinuam os unicistas. A Glória de Deus foi vista por Estêvão antes. E Lucas mostra uma sequencia na focalização do olhar de Estêvão. Sua atenção, primeiro, foi focalizada na Glória de Deus. Depois, voltou o seu olhar e Viu Jesus. E, por último, viu Deus, quando concluiu que Jesus se encontrava em um lugar de autoridade, à mão direita de Deus. Não podemos esquecer também que, naquele momento, Estêvão estava cheio do Espírito Santo. Logo, os três membros da Trindade aparecem distintos uns dos outros. Daniel também contemplou as duas pessoas divinas juntas no céu: Pai e Filho( Dn 7:9-13)


para quem for unicista pense bem, pois negar a um é negar ao outro influenciando na salvação 1Jo2:22,23

11 de maio de 2014 às 00:21
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William Frezze Ok Joao, esta preparado para toda a sua argumentação cair por Terra publicamente?

Vamos então aprender a Bíblia

11 de maio de 2014 às 01:34HahaMostrar mais reações



Ora, ora vejam só amigos do Facebook e leitores do Blog este é Joao Batista Delmondes, bacharel em Teologia pela Assembleia de Deus Ministério São Bernardo do Campo. Ainda no começo deste ano ele me disse que Deus falou com Ele e o edificou enquanto ele ouvia os hinos do Conjunto Voz da Verdade (para quem não sabe, trata-se de uma banda confessadamente unicista, da qual eu sou membro de sua Igreja), pois bem... agora, ele vem me citar (num simples crtl C + ctrl V) a nota de rodapé da Bíblia de Estudo Apologética, do qual eu mesmo a tenho há anos, como uma de minhas preferidas. Mas ao contrário dele eu não uso somente para repetir o que nela está escrito. Eu a leio de verdade. Interessante notar que ela foi editada por um grupo de doutores apologistas que se instituíram ICP. Estes apologistas classificam o Unicismo e todos seus defensores como sectários. O senhor Joao me disse ainda hoje, à tarde, antes de escrever aqui neste Facebook que irá quebrar todos os cd’s da banda Voz da Verdade. Para ele a Voz do Deus que falou com ele através dos hinos unicistas — que agora ele tenta rechaçar — vale bem menos do que decisões de teólogos e suas defesas de credos e concílios.

Durante a tarde de hoje ele foi em minha casa, de bicicleta, pedir um debate, falei com ele por cerca de quatro horas... esperei refutações, mas só ouvi: não sei responder esta questão!
Detalhe:
ele se diz bacharel em teologia, eu nunca fiz nem seminário;
ele me procurou para debater, eu nunca nem pensei em o chamar para qualquer debate;
ele quer provar que pode refutar, mas se auto refutará, conforme vocês verão mais adiante!

De noite eu estava na Livraria Saraiva comprando um livro do filósofo Olavo de Carvalho e ele me ligou, disse que estava lendo cerca de meia dúzia de Bíblias e livros para um debate.

Ao chegar em casa me deparei com o ridículo texto acima, que não só afronta a minha pessoa, quanto minhas crenças. Fosse um ignorante desavisado, eu o relevaria, mas trata-se de um ignorante com sobreaviso e bem orientado, que não podendo dizer-me pessoalmente com refutações que sou herético, resolver dizer atrás da tela de um Notebook.

Na verdade, nem sei se valeria a pena controverter a objeção do Sr. Joao Batista Delmondes ao meu texto, pois para mim a contradição entre a leitura e a lógica contextual é uma prova de desonestidade intelectual, isto é, para o Joao Batista Delmondes parece ser uma questão de método e ideias que são partes integrantes do processo de debate por pura gabolice para se tentar vencer atacando a pessoa, rotulando-a. É o tipo de touro que — não se importando com nada, desde que mire no vermelho — avança. Dito em claras linhas: o que parece um ataque é, na verdade, um ato banal de desespero.



Notem: não estou debatendo com o Sr. Delmondes, pois não há debate entre o conhecimento e a falta de saber.
Lamentavelmente o Sr  Delmondes esta em total despreparo em sua confiança cegada pelos chavões de “doutores” , e “apologistas”, como os da ICP e se esquece de ler a Bíblia ao invés de opiniões de homens. Quando qualquer um de nós tomamos estes homens como portadores de certezas indiscutíveis ao ponto de que a simples ameaça de contestá-los causem espanto e indignação, podem concluir que fomos cegados pela alienação religiosa massificante. O sr. Delmondes lembra a típica figura de papagaio de pirata, pois ao ver desafiadas as suas — rasas — crenças habituais, não consegue ver outra saída, senão recorrer ao seu círculo teológico pobre e limitado.
O propósito dessas linhas, portanto, não é de maneira alguma debater, mas apenas mostrar aos senhores como o pretenso teólogo Joao Batista Delmondes é em si mesmo um anti-exemplo, como amostra de tudo o que não é e não deve ser  —jamais— um teólogo.

Dito isto, começarei a expor as leviandades de suas ideias:


Eu escrevi que: “Estevão viu a Glória do unigênito do Pai, e um dia haveremos de ver também! Glória a Deus!”


Pergunto: ONDE ESTÁ O ERRO (heresia) DO MEU TEXTO?



Refuto  abaixo, de forma linear, cada um de seus argumentos:



1. O MEU TEXTO “Estevão viu a Glória do unigênito do Pai, e um dia haveremos de ver também! Glória a Deus!

1.1
Não sei por que o Joao Batista Delmondes viu unicismo no meu texto, pois ele é obviamente bíblico: Estevão viu a Glória do unigênito do Pai, isto é , Jesus. Provo a seguir.

1.2
Todos sabem que quando Estevão viu a Cristo, este estava glorificado, portanto Estevão viu a glória de Jesus. Ou Jesus glorificado não tinha glória? É ridículo o motivo que o levou a objeção para meu texto, mas prossigamos para a segunda refutação que lhe faço.

1.3
A Bíblia diz que “... o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, E VIMOS A SUA GLÓRIA, COMO A GLÓRIA DO UNIGÊNITO DO PAI, cheio de graça e de verdade...”, observem vocês que não só Estevão viu a Glória do Unigênito do Pai, mas o Apóstolo João diz que eles também viram a glória do unigênito do Pai.

1.4
Eu disse que um dia veremos esta glória também, Jesus disse que: “se creres verás a Glória de Deus”. João 11:40; Paulo nos recomenda que devemos aguardar a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo; em Tito 2:13 e Judas também diz no versículo 25 “ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém. ” como pois então pode o Sr. Delmondes achar que este versículo foi uma declaração unicista como ele sugeriu? E se é unicista, porque assim cremos nós unicistas, como ele pode dizer ser herética?



2

O Sr. Delmondes  tenta argumentar em seu texto “Mas aqui [em Atos], Lucas narra, de modo irrefutável, que Estêvão viu: 1º a Glória de Deus; 2º Jesus; 3º Deus, o Pai.”.

2.1
Jesus disse ao sumo Sacerdote que Ele estaria assentado à destra, mas Estevão o viu em pé, e agora? 
Vejamos:
Assentado como substantivo significaria que Jesus colocou-se sobre um assento.
Assentado com adjetivo significaria que Jesus esta situado, i.e. sediado. Explico isso tudo mais adiante, vamos nos ater primeiramente ao texto do Joao Delmondes.

2.2
O Sr. Delmondes diz que somos nós unicistas quem insinuamos que Jesus está “à glória de Deus e não à destra”, como se eu ou algum unicista tivesse dito que na Bíblia não está escrito destra, mas glória. Errado!, não dizemos isto, pois, se esta escrito "destra" é assim que devemos dizer. Porém eu pergunto: esta “destra” é literal ou simbólica? Se for literal, então significa que Deus tem lado direito e esquerdo, sendo assim Ele é um ser finito, o que já é um absurdo, porém como Deus é um ser infinito não pode ter lados, Ele é infinito... Logo "destra", nestes versículos, só pode ser simbólica, e se ela é simbólica o que ela significa? Vejamos:

2.2.1
O Braço significa a Força e o Poder de Deus, pois sendo assim, não necessariamente, quando as Escrituras Sagradas mencionam as palavras “braço” ou “destra” está se referindo à parte do corpo, mas é uma metáfora. Na verdade, a maioria das vezes que a Palavra cita esses termos é apenas uma figura de linguagem, pois Deus não tem corpo físico, mas apenas Jesus o tem, e para exemplificar de outra forma, o profeta Ezequiel cita 06 vezes: 

“Filho do homem, quebrei o BRAÇO do faraó, rei do Egito. Não foi enfaixado para sarar, nem lhe foi posta uma tala para fortalecê-lo o bastante para poder manejar a espada. Por­tanto, assim diz o Soberano, o Senhor: Estou contra o faraó, rei do Egito. Quebrarei os seus dois BRAÇOS, o bom e o que já foi quebrado, e farei a espada cair da sua mão... Fortalecerei os BRAÇOS do rei da Babilônia e porei a minha espada nas mãos dele, mas quebrarei os BRAÇOS do faraó, e este gemerá diante dele como um homem mortalmente ferido. Fortalecerei os BRAÇOS do rei da Babilônia, mas os BRAÇOS do faraó penderão sem firmeza. Quando eu puser minha espada na mão do rei da Babilônia e ele a brandir contra o Egito, eles saberão que eu sou o Senhor.” Ezequiel 30:21,22,24,25. 


Veja que aqui "braço" também não é literal, assim como a "mão direita de Deus" também não pode ser, mas é apenas uma ilustração para mostrar que Deus fortaleceria o império babilônico e o usaria para tirar a força do reino egípcio. Essa metáfora também é utilizada nos seguintes versículos: Salmos 10:15, Salmo 37:17, Salmo 44:3 e Jeremias 48:25.
2.2.2
Talvez o ignorante, se atendo a detalhes à margem da questão, diga boçalmente: “Mas braço é braço e mão direita é mão direita” esquecendo-se que a questão aqui é explicar os sentidos figurados da Bíblia, para isso vejamos então a mão direita de Deus que tem o mesmo sentido que o contexto acima e também aparece muitas vezes na Palavra, num total de mais de 30 vezes:

“Senhor, a tua mão direita foi majestosa em poder. Senhor, a tua mão direita despedaçou o


(ler também Êxodo 15:12; Salmos 16:11; 17:7; 18:35; 20:6; 21:8; 44:3; 45:4; 48:10; 60:5; 63:8; 73:23; 74:11; 77:10; 78:54; 80:15,17; 89:13,25; 98:1; 108:6; 110:1,5; 118:15,16; 121:5; 138:7; 139:10; 142:4; Isaías 41:10,13; 48:13; 62:8; Lamentações 2:3,4; Habacuque 2:16; Mateus 22:44; 26:64; Marcos 12:36; 14:62; 16:19; Lucas 20:42; 22:69; Atos 2:33,34; 7:55,56; Romanos 8:34; Efésios 1:20; Colossenses 3:1; Hebreus 1:3,13; 8:1; 10:12; 12:2; I Pedro 3:22).


2.2.3

Outro significado do braço do Senhor Deus é a sua pessoa.
A expressão “braço direito” é apenas um simbolismo, o que ela traz de revelação para nós? Pelas referências bíblicas que vimos até o momento, esta expressão está ligada a força, a ação, ao ato de salvar o escravizado e condenar o ímpio, ao lugar de honra e glória e como revelação da pessoa de Deus, senão vejamos:

Isaías 53: “... a quem se manifestou o braço do Senhor? Porque [o braço] foi subindo como renovo perante Ele... não tinha parecer nem formosura... era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores [o braço é o homem Jesus]... ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si... Ele [o braço, Jesus] foi ferido pelas nossas transgressões... o Senhor fez cair sobre Ele à iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido, mas não abriu a boca, como um cordeiro [o braço é o homem Jesus, é o cordeiro de Deus], foi levado ao matadouro e, como a ovelha perante os seus tosquiadores, Ele não abriu a boca... puseram a Sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte [o braço de Deus morreria]; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca... quando a Sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias [o braço de Deus vai morrer e ressuscitar], e o bom prazer do Senhor prosperará na Sua mão. O trabalho da Sua alma Ele verá e ficará satisfeito; com o Seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si...” 

Ao lermos esta profecia, escrita aproximadamente 800 anos antes de Jesus vir ao mundo, Isaías detalha com muita profundidade o que um homem, que seria o braço de Deus, comparada a um renovo (broto de uma planta) e a um cordeiro, sofreria para que trouxesse ao mundo o perdão de seus pecados. E aprova disso está em Joao (Não o Delmondes, mas aqueles que sabe que Jesus é o Pai) “Isso aconteceu para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que disse: “Senhor, quem creu em nossa mensagem, e a quem foi revelado o braço do Senhor?” João 12:38.


2.2.4 Jesus é a Destra [o braço] do Pai
Para concluir: vemos Jesus é a própria destra do Pai, figuradamente, e não que Ele esteja à destra do Pai, literalmente. E é dito que Jesus está à destra do Pai porque Ele é:

  • - A pessoa de Deus que foi o agente da criação (assim como o braço representa ação);
  • “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.” João 1:3
  • “... o mundo foi feito por Ele...” João 1:10
  • “o qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele.” Colossenses 1:15,16
  • “a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” Hebreus 1:2
  • “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas.” Apocalipse 4:11
  • Comparem com:
  • “Eu fiz a terra, os seres humanos e os animais que nela estão, com o meu grande poder e com meu braço estendido, e eu a dou a quem eu quiser.” Jeremias 27:5
  • “Ah! Soberano Senhor, tu fizeste os céus e a terra pelo teu grande poder e por teu braço estendido. Nada é difícil demais para ti.” Jeremias 32:17
  • “Minha própria mão lançou os alicerces da terra, e a minha mão direita estendeu os céus; quando eu os convoco, todos juntos se põem em pé.” Isaías 48:13
  • - A pessoa de Deus que estava representada no cordeiro pascoal que trouxe salvação a humanidade (assim como o braço de Deus é mencionado dezenas de vezes como aquele que libertou Israel do Egito);
  • “E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados.” Mateus 1:21
  • “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
  • “E nenhum outro nome há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4:12
  • “Deus, com a Sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados.” Atos 5:31
  • “... Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.” I Coríntios 5:7b
  • “E Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” I João 2:2

Compare com:
  1. “Por isso, diga aos israelitas: Eu sou o Senhor. Eu os livrarei do trabalho imposto pelos egípcios. Eu os libertarei da escravidão e os resgatarei com braço forte e com poderosos atos de juízo.” Êxodo 6:6
  2. “Mostra a maravilha do teu amor, tu, que com a tua mão direita salvas os que em ti buscam proteção contra aqueles que os ameaçam.” Salmos 17:7
  3. “Salva-nos com a tua mão direita e responde-nos, para que sejam libertos aqueles a quem amas.” Salmos 60:5
  4. “... E a quem foi revelado o braço do Senhor?... porquanto derramou a Sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas Ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.” Isaías 53:1,12. Glória a Deus


      O braço direito significa lugar de delicias
        “Pois não deixarás a minha alma no Sheol, nem permitirás que o Teu Santo veja corrupção. Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente.” Salmos 16:10,11

        Quer mais provas de que destra mão e braço é sentido figurado e não literal?


         3. O Sr. Delmondes tentar apresentar uma lógica de sequencia de vai e volta ao dizer que “Lucas mostrou uma sequencia na focalização do olhar de Estêvão. Sua atenção, primeiro, foi focalizada na Glória de Deus. Depois, voltou o seu olhar e Viu Jesus. E, por último, viu Deus”.
        3.1 
        Primeiramente a Bíblia não diz que ele viu a glória de Deus e depois voltou seu olhar e viu Jesus, mas ela diz em Atos 55 e 56 

        Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita; e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem, em pé à destra de Deus.” 

        Observe que no texto acima não diz que Estevão viu a Deus e a Jesus, mas sim, a glória de Deus, pois a Bíblia diz em João 1 : 18 que Deus [o Pai] nunca foi visto por alguém. Outro fato importante que devemos lembrar é que Deus é Espírito (João 4 : 24) e espírito não se vê.

        Se Estevão viu a glória de Deus, qual é o resplendor desta glória ? Hebreus 1 : 3 diz:

        O qual sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pelo seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas.

        Então a gloria de Deus resplandece por meio de Cristo, o corpo gerado para ser o templo de Deus, para se cumprir a profecia de Malaquias 3 : 1, que diz: 

        Eis que envio o meu anjo, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo do concerto, a quem vós desejais; eis que vem, diz o Senhor dos Exércitos. 

        E o Senhor Jesus disse em João 2 : 19 

        “...Derribai este templo, e em três dias o levantarei; falando do seu corpo (João 2 : 21). 

        Ora se Estevão viu a glória de Deus e ela resplandece por meio de Jesus, ele não viu ninguém mais. Podemos definir que Jesus encerrou o seu ministério terreno e assumiu o seu lugar de glória, resplandecendo a glória de Deus e não do homem, estando no Seu trono (os céus) e tendo todo o domínio e glória, tendo Ele só a imortalidade e habitando na luz inacessível. Amém (I Timóteo 6 : 15 e 16 – Apocalipse 17 : 14). Entendendo o assunto e olhando sob prisma espiritual, podemos ver o Senhor Jesus em glória, e realizando todas as coisas, cumprindo a Sua promessa:

        “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mateus 28 : 20).

        Estevão viu a Jesus e a Glória d’Ele que é Deus, e ele O viu em pé em posição de recebe-lo, pois estava em pé ele que é a mão direita de Deus e que está na mão direita que é seu lugar de delícias... Deus só pode estar no seu trono através de seu Templo, seu corpo, isto é Cristo o Templo de Deus, gerado por Deus para que Deus habitasse entre os homens. Por isso Ele diz

         “... Eu estou no Pai, e que o Pai está em mim” João 14:10. Cristo é Deus em carne!
        Remover

         4.

        Só para terminar: lamentavelmente o Sr. Delmondes, em sua sanha rebatedora não refletida, ousa insinuar que parte dos unicistas a ideia de que a visão de Estevão não significa literalmente que Jesus esta assentado ou em pé do lado direito da pessoa de Deus, e que neste simples texto eu neguei o Pai ou o Filho ou o Espírito Santo! É um ataque à inteligência esta interpretação de texto! É horrenda e sem base alguma esta afirmação!

        4.1
        Quando eu disse que isso não era um debate, mas um exemplo do que não se deve falar num debate, foi por isso: não há debate entre conhecimento e estupidez, pois se o Sr. Delmondes estudasse um pouquinho mais antes de querer rechaçar como seita aquilo ele nem sabe contra argumentar na Bíblia e com tempo e recursos a vontade (Ele me disse que estava lendo vários livros e 3 Bíblias para debater comigo, além do Google, é claro) veria que Agostinho (que foi bispo, escritor, doutor da Igreja, teólogo, filósofo, padre latino e patrono da Igreja, e não apenas um membrozinho da ICP) disse explicando o Credo Católico Niceno-Constantinopolitano em seu Discurso sobre o Símbolo para os Catecúmenos, 4.11

        “Subiu ao céu. Crede. Assentou-se à destra do Pai. Crede. Por sentar-se, entendei morar, assim como quando dizemos de um homem: “Assentou-se naquele lugar por três anos”. Também a Escritura o afirma: tal assentou-se na cidade por um determinado tempo. Quereria isso dizer que se sentou e nunca mais se levantou? Também os locais onde habitam os homens são chamados de “sedes”, e não é por isso que se fica ali sentado. Eles levantam, caminham. Não se está sentado e, todavia, tais locais são chamados de “sedes”. Assim também entendei o morar de Cristo à destra do Pai: Ele está lá. Mas não penseis: “Que está fazendo”?”. Não busqueis o que não se pode encontrar. Está lá. Que isso vos baste. Ele é bem-aventurado e pela beatitude lhe compete o nome de “destra do Pai”, pelo fato de que “destra do Pai” significa exatamente felicidade. Se quiséssemos compreender isso de modo material, deveríamos dizer que se Ele está assentado à destra do Pai, o Pai estará então à esquerda. É-nos lícito pensar que Eles se encontram assim? O Filho à destra, o Pai à esquerda? Lá tudo é destra porque não existe nenhuma infelicidade.”

        Tomás de Aquino (Que foi padre dominicano, filósofo, teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e Doutor da Igreja católica, por vezes cognominado o Doctor Communis ou o Doctor Angelicus ou o Príncipe de Escolásticos pela Igreja Católica) responde a esta questão assim:

        “Como do sobredito se colige, ao vocábulo — DIREITA — podemos atribuir três sentidos: primeiro, conforme Damasceno, A GLÓRIA DA DIVINDADE; segundo, de acordo com Agostinho, A BEATITUDE DO PAI; terceiro, ainda de acordo com o mesmo, o PODER JUDICIÁRIO. Ora, o fato de estar sentado, como se disse, DESIGNA UMA HABITAÇÃO, ou uma DIGNIDADE RÉGIA ou JUDICIÁRIA. Por onde, estar sentado à direita do Pai outra causa não é senão compartilhar concomitantemente da glória da divindade, da beatitude e do poder judiciário, e isso de modo imutável e como REI.”

        Obviamente Agostinho e Tomás de Aquino são católicos e, por conseguinte, creem na trindade, mas até eles sabem que destra significa sentido figurado e não literal... É uma pena que o Sr. Delmondes se atenha 7a teologia-pronta e fácil que os trinitarianos da ICP lhe oferecem e não seguiu o conselho que lhe dei ontem de estudar antes de debater um assunto que mal entende, qual seja, o unicismo. Antes de fazer alertas sobre salvação Joao eu te digo, primeiro pare de ser papagaio-de-pirata e pense por você mesmo.

        11 de maio de 2014 às 04:59Editado
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        Joao Batista Delmondes Prezado William Frezze, lerei seu argumento, acabei de entrar no Face, mas vou deixa claro não tenho a prerrogativa de ser ofensivo, portanto não interprete meus comentário com austeridade!
        11 de maio de 2014 às 14:13
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        William Frezze Dizer que o unicista nega o Pai e o Filho é uma mentira ardilosa, e dizer que ser unicista influencia na Salvação é ofensivo e austero sim...
        Mas leia-os linearmente. Eu o aguardo
        11 de maio de 2014 às 14:53
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        William Frezze Peço ao Joao que se por acaso ele tiver a ufania de se alçar à casta de rebatedor, uso o meu direito de exigir que sua análise de meus contra-argumentos seja também examinada linha por linha, impugnada afirmativa por afirmativa, com provas bíblicas e/ou exemplos históricos. 
        Peço que o senhor Joao não esfarele a conversa, atirando para todos os lados ao mesmo tempo, misturando com obstinação todos os níveis de definição.
        Aqui não aceitarei essas impertinências

        “Ah! Mas pra quê isso William?”, pode um leitor desavisado pensar, falo isso porque antes do Pr. Arouca postar, ele não refutou nada, apenas seguiu atacando pessoalmente minha pessoa, a da minha igreja e até a do meu pastor o chamando de Pop Star... Ou seja nada de argumentos, nem bíblicos, nem muito menos lógicos, apenas desonestidades, como eu apaguei o post, já aviso desde já que se não houver um debate, mas apenas uma histeria, eu apagarei de novo. Estejam desde já informados de que a regra mínima do debate honesto reside na equidade de reclamações de parte a parte. Qualquer coisa que o senhor Joao, ou qualquer outro venha a me objetar, e que não se apresente com todas as austeridades formais de uma explanação linear será rejeitada. desde logo. como desconversa e mera confissão de sentimentos irracionais.

        15 de maio de 2014 às 21:14

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