fecho os olhos,
e vejo você
não somente
pincelada no momento
ou na memória inacabada
mas exposta no esboço
de uma reminiscência ilibada.
escuto o anelo do seu interior
ininterrupta e insistentemente presente
ouço naquela silenciosa pausa
que impera nas vozes de nosso olhar
que grita na noite calada
na aventura periclitante
na manhã badalada
ou na fleuma constante
lembro-me do seu brilho
envolveu-me com o seu corpo
e seus olhos grudou na minh’alma
embalei em seu fluxo risonho
naveguei no beijo da sua calma
eterno agora
sempre presente
ausente outrora
logo consente
e que em todas as manhãs
nossas diferenças acordem
e se olvidem de si
— e que em mim —
toda era
— e que em ti —
toda época
não resista
à sua presença
e nem a sua
resista à mim