segunda-feira, dezembro 12, 2016

toda era

fecho os olhos,
e vejo você
não somente
pincelada no momento
ou na memória inacabada
mas exposta no esboço
de uma reminiscência ilibada.

escuto o anelo do seu interior
ininterrupta e insistentemente presente
ouço naquela silenciosa pausa
que impera nas vozes de nosso olhar
que grita na noite calada
na aventura periclitante
na manhã badalada
ou na fleuma constante

lembro-me do seu brilho 
envolveu-me com o seu corpo
e seus olhos grudou na minh’alma
embalei em seu fluxo risonho
naveguei no beijo da  sua calma

eterno agora
sempre presente
ausente outrora
logo consente

e que em todas as manhãs
nossas diferenças acordem
e se olvidem de si
e que em mim
toda era
e que em ti
toda época
não resista
à sua presença
e nem a sua
resista à mim




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente aqui....