Eu sempre me
questionei do absurdo que foi uma Alemanha cristã quase exterminar os judeus. Nunca
fez sentido para mim, pois os alemães adoravam o Rei dos Judeus, e aniquilavam
o seu povo. Incoerente e louco.
Até que
descobri, recentemente, que teólogos alemães, comprometidos com a ideologia
nazista, inclusive através do juramento de lealdade que fizeram ao Führer, potencializaram
no imaginário popular a ideia de um jesus ariano, sendo esta ideia ainda tímida
antes da ascensão de Hitler e desavergonhada no auge do nacional-socialismo.
Eis aí a
resposta: o maior sinal da desgraça dos fins dos tempos é a apostasia, não?! É
quando a igreja só tem a alcunha de cristã, mas não carrega mais a essência do
Cristo. E isso tudo começa quando nos esquecemos de quem Jesus é e passamos a servir
o jesus que nós gostaríamos que ele fosse, criamos, então, deste modo um deus
conforme a nossa semelhança: um ídolo.
Eles tinham o Jesus Ariano para ser seu ídolo. Ano passado eu ouvi um pastor
defender Bolsonaro vendendo à sua igreja um Jesus capitalista e de direita. Há gente
na esquerda que afirma que Jesus era mesmo um comunista (teria Jesus lido Marx
ou Lênin? Rs). Tem até o jesus hippie, este nasceu 1930 anos atrasado. Movimentos
negros mais radicais juram que jesus era mesmo um negro africano. O Movimento
LGBT levou as ruas um jesus transexual, com os peitos siliconados expostos. Conservadores
veem em Jesus um Justiceiro. Progressistas veem em Jesus um liberal.
Estão todos a
adorar, invocar, ou referenciar, não o Jesus dos Evangelhos, mas seu próprio deus
político e ideológico. Mamon não é apenas dinheiro, como muitos pensam. Mamon
quer dizer “posse”, “bens terrestres”. Cada um tem seu bem terrestre favorito.
Os alemães tinham a ideologia como seu Mamon, era a sua maior riqueza, e estava
tão acima de Jesus a ponto de acreditarem em um jesus que era do mesmo nível do
tesouro deles. Assim como o tal jesus capitalista, comunista, e outras variantes
do multiverso da heresia.
Durante
muito tempo a idolatria foi atribuir a identidade correta (bençãos de Deus) ao
nome errado (Baal e outros). Hoje em dia a idolatria é o contrário, atribui-se a
identidade errada (ideologias) ao nome certo (de Jesus).
“Deus é
transformado em ídolo quando é confinado aos limites de imagens, locais,
pessoas, ritos, símbolos, seres ou qualquer outra coisa que dê a Ele uma
medida, pois Deus é o Ser-Em-Si, não sujeito a tempo, espaço e modo. Deus é
Espírito”, já lecionava o mestre Kivitiz.
Que neste Natal
possamos conhecer ao Jesus real, que não é direita, nem de esquerda, mas do
alto. Deus que se fez homem, Pai que se fez filho, Eterno que se fez mortal, ressuscitado
dentre os mortos, atuante por meio de seu Espírito, revelado nos Evangelhos,
prometido aos judeus para alcançar aos gentios, Rei dos reis, Senhor dos senhores
cujo Reino não é deste plano, em nenhum nível, porém é Salvador e Redentor do
Mundo e de todo o Universo criado.
Glória, Louvor
e Honra ao Verbo que se fez carne e habitou entre nós.
Anátema seja
a palavra feita ideologia que desune e destrói a todos nós.