sexta-feira, dezembro 27, 2024

2024 - o ano em que me tornei pai de gêmeas




Quando as últimas horas de um ano se dissipam, o tempo nos olha nos olhos e murmura: 


“Eis a tua chance de recomeçar!”.


Na transição entre o que foi e o que será, carregamos as marcas de um ciclo que se despede — algumas cicatrizes que nos lembram das batalhas vencidas, outras gravuras da alegria que nos transformaram. Para mim, 2024 foi mais do que um calendário que finda; foi uma forja em que a dor e o amor, a queda e a superação, o efêmero e o eterno, o erro e o acerto, o pecado e o perdão se encontraram.


Ao olhar para trás, vejo que 2024 não foi apenas um ano que vivi; foi um ano que me moldou. O tempo, este mestre imponderável, esculpiu em mim novos contornos, com paciência e severidade, novas marcas e cicatrizes, me lembrou que a vida é um fluxo contínuo e que cada escolha, cada renúncia, cada erro, cada acerto é uma pincelada em nossa tela. Ele avança implacável, derramando-se sobre nós como um rio que jamais repete suas águas. E nós, pequenas embarcações flutuando nesse fluxo, temos apenas duas escolhas: resistir ao inevitável ou aprender a navegar com propósito. Em cada amanhecer, somos convocados a escolher entre a paralisia do passado, a ansiedade do futuro ou a plenitude do presente.


Em 2024, vi que ser inteiro é ser vulnerável; e vi que amar é um risco, mas também pode ser o maior de nossos acertos. O nosso Oleiro nos chama a cada instante, não para sermos os mesmos, mas para reconhecermos que somos obra inacabada, talhados pelo vento das escolhas e pelo fogo das circunstâncias.


No palco da vida, cada ano nos oferece, ainda que involuntariamente, a possibilidade de um roteiro novo. Alguns capítulos nos ensinam sobre a fragilidade e a força. Este ano, meu corpo foi desafiado a resistir: dengue, pneumonia, uma cirurgia para remover algo que não foi apenas a despedida de algo físico, mas um símbolo do que precisava ser deixado para trás. O peso das internações, a insistência da febre, o amargo dos medicamentos, a fragilidade revelada em uma cama de hospital — tudo isso foi lição e testemunho. Este foi o ano em que menos dormi em minha vida. Cada amanhecer carregava em si a força da resiliência e a promessa de um novo que renascia.


Ao mesmo tempo, 2024 trouxe uma primavera inesquecível, talvez a mais sublime da minha existência. Aline Louyse e Aylla Lianna, minhas filhas gêmeas, chegaram como duas estrelas cadentes iluminando a noite da minha alma. Aline, com seu olhar curioso que a tudo observa, mas que com esses mesmos olhos também sorri, parece já flertar com as luzes da vida; Aylla, mais introspectiva, guarda sua alegria como um tesouro para aqueles que a conquistam, sendo a nossa caçulinha, ainda que por dois minutos de diferença, ela se entrega às luzes que a envolve. Elas são poesia viva, escritas no idioma universal do amor, uma parecida mais com a mãe e outra mais parecida com o pai.


"Pai"... Este ano também ouvi não só muitas vezes essa palavra em referência à mim, como também, pela primeira vez, ouvi uma de minhas filhas dizer: "papa", enquanto me chama, empolgada em amor, como seu eu fosse a melhor pessoa do mundo para ela! Enquanto a outra, por sua vez, chama pela "mãmã", pois sua mãe é a única coisa nesse mundo que realmente importa.


Ser pai pela primeira vez, e de duas meninas tão únicas e especiais como Aline e Aylla, é como descobrir que o coração se expande em dobro, aprendendo que a paternidade é um ato constante de se perder no amor para se reencontrar inteiro, como em um propósito divino prescrito nas estrelas por aqu'Ele que é Eterno.


E Sand , educadora e mãe acima de qualquer expectativa, entregue de corpo e alma, minha companheira, cuidou de mim durante todo o tempo em que adoeci, mesmo quando, por vezes, ela própria estava doente, com duas filhas recém-nascidas para cuidar e amamentar. Em minha fraqueza, ela foi a minha fortaleza, revelando ainda mais de sua beleza ao assumir o papel de esposa e mãe com a graça de quem transforma o ordinário em extraordinário. Ao lado dela, a casa que construímos é mais do que um abrigo — é um templo de risos, aprendizados, respeito e admiração mútuos, cumplicidade, compreensão e fé.


Meu trabalho na William Frezze Advocacia foi um espelho este ano. Enfrentar a balança da justiça é enfrentar também o reflexo de quem somos. Cada causa que defendi não foi apenas um processo jurídico; foi um lembrete de que lutar por justiça é lutar por humanidade. Ser a face da William Frezze Advocacia é carregar a responsabilidade de um nome que preza pela integridade e pela representação 'ius postulandi'. Em cada contrato firmado, em cada consulta, respiro o orgulho de liderar um escritório que é extensão de quem sou.


Que 2025 seja como uma safra de vinho novo, fermentado na sabedoria de quem sabe que o passado ensina, mas é o presente que se vive. Que sejamos odres novos para receber o espírito de transformação. Que cada dia seja uma página a ser escrita, uma chance de sermos melhores. Que seja como um campo fértil, pronto para receber as sementes de nossos sonhos e esforços. Que eu possa ser ainda mais presente para aqueles que amo, mais sábio em minhas decisões e mais humano em minhas relações. Que eu continue abraçando o presente como um tesouro, aprendendo com o passado e construindo o futuro com as mãos firmes de quem acredita no que faz.


Eu posso dizer que em 2024, não fui apenas espectador do tempo; fui coautor de uma história que carregarei como legado.


Que em 2025, tenhamos sabedoria para escolher o presente — esse raro e frágil tesouro — como o único palco onde a vida realmente acontece.


Afinal, não somos apenas cronômetros de horas vividas, mas arquitetos de significados. Que cada escolha seja mais do que uma decisão prática; que seja um ato de fé. Que cada renúncia carregue em si a nobreza de quem entende que abrir mão também é uma forma de ganhar. Que cada sorriso seja genuíno, cada lágrima honesta, e cada abraço, uma ponte entre almas. Que não nos faltem palavras para agradecer, coragem para recomeçar e leveza para seguir. Porque o tempo pode até ser implacável, mas o que fazemos com ele é eternamente nosso.


À minha família, amigos e clientes, não apenas um “feliz ano novo”, mas um desejo profundo: que encontremos na vida a beleza do inesperado, a força no amor e a paz na conexão humana. E que, ao final de cada dia, possamos olhar para trás e dizer:


“Fiz valer a pena”.


Vamos juntos, com coragem e esperança, pintar 2025 com as cores da alma.


Feliz Ano Novo!


— William Frezze

Ed René Kivitz | Feliz Natal a Todes!

Há palavras que libertam, palavras que aprisionam e palavras que dividem. Na trajetória humana, elas moldam tanto a história quanto o presente. O que acontece, então, quando dobramos nossas palavras às correntes daquilo que chamamos de “mundanismo”?

Iniciarei este texto com a admiração que o pastor Ed René Kivitz merece por sua trajetória. Sua capacidade oratória e sua inteligência, ao longo dos anos, lhe garantiram um lugar de destaque no cenário religioso brasileiro e, quando menos, em meu coração. Contudo, o respeito à sua história não é impeditivo para que eu expresse minha estupefaciente decepção. Admirá-lo torna ainda mais urgente a crítica ao uso do termo “todes” em uma de suas recentes mensagens cristãs de “Feliz Natal”.

Palavras não são apenas sons ou sinais; elas carregam história, peso e uma responsabilidade cultural que transcende o imediato. Não, pastor, não é "só uma palavra". Palavras são signos, ponte entre o significante — o som ou a grafia — e o significado — o conceito, a ideia que evocam. Quando dizemos "todos", não apenas falamos; abarcamos. O signo se torna um convite inclusivo em si mesmo.

Imagine um avião em turbulência, o comissário alertando: "Atenção, todos, coloquem os cintos." Não importa o gênero, a identidade ou a expressão individual de cada passageiro: todos entenderão que fazem parte daquele alerta. Por quê? Porque o significado e o significante de "todos" já carregam a neutralidade necessária para incluir cada indivíduo em sua singularidade.

A força da linguagem reside justamente em sua habilidade de transcender divisões aparentes, sem precisar de acréscimos artificiais. Alterar esse funcionamento natural é desmontar o delicado equilíbrio que palavras como "todos" já representam. Essa é a beleza da inclusão na linguagem: ela é implícita, potente e universal.

A língua portuguesa não é brinquedo para aprendente de guerrilha acadêmica, mas é um patrimônio que carrega o DNA de gerações. Alterá-la arbitrariamente não é um ato de inclusão, mas de disrupção. Por que abdicar de seus mecanismos sofisticados — “as pessoas”, “as almas”, “as crianças”, “as personagens”, “a humanidade”, “a nação” — em favor de um neologismo que não agrega clareza, mas sim confusão? Esses termos, femininos na forma, são neutros na função e abraçam a totalidade do ser humano. Da mesma forma, “os humanos”, “os homens”, “o povo”, todos, incluem naturalmente as mulheres e os não-binários.

É aqui que reside também a beleza e a força do Evangelho, por tantas vezes ensinada pelo senhor. Em Cristo, não há homem nem mulher — muito menos binários ou não-binários. Há apenas a humanidade redimida. 

“Deus amou o mundo!”

Essa declaração não fragmenta, não separa, mas inclui todos em um ato de graça universal. A tentativa de modificar a linguagem para abraçar as demandas de um grupo específico é não apenas desnecessária; é contraproducente. Cristo não precisava de pronomes adaptados para que sua mensagem ecoasse até os confins da Terra. Ele precisaria dizer "Vinde a mim, todes vós", pois em seu “todos vós” — cabe a humanidade inteira.

Cristo jamais precisou de artifícios para ser inclusivo. Sua linguagem era direta e universal. Ele não dividia para conquistar, mas multiplicava para repartir. A força de suas palavras não visava agradar às tribos de sua época, mas na verdade que carregam. Não é a língua portuguesa que se tornou um obstáculo; é a nossa ignorância sobre ela que constrói barreiras imaginárias, ou moinhos de ventos, nos quais identitários enxergam seus gigantes opressores. 

É inquietante observar como a bolha da esquerda identitária, alienada, transformou a língua em palco de fetiches acadêmicos.

O pajé, ao falar com sua tribo, acredita dirigir-se ao mundo, carregando o peso das expectativas e da sabedoria que o rodeia. E essa aldeia, em busca de um Jesus progressista, quer encontrar um líder que ecoa sua agenda. Infelizmente, e por isso escrevo esse texto, parece que Ed René Kivitz se candidata a esse papel de pajé tribal. Mas a esquerda não é isso, e tampouco o mundo. O pastor, em sua essência, deveria ser para todos, e não para partes.

Quando o senhor, pastor, usou "todes", não comunicou, fragmentou. Não incluiu, cedeu. O maior perigo não está na palavra em si, mas no precedente que ela abre. Hoje, sacrificamos uma palavra no altar do progressismo; amanhã, serão versículos, livros inteiros das Escrituras reinterpretados por lentes corrosivas, ansiosas por diluir o que é eterno e verdadeiro.

Revoluções linguísticas não são neutras. Elas reconstroem a realidade à imagem e semelhança de seus idealizadores. São importadas. O uso do termo “todes”, por mais inocente que possa parecer, é parte de um catecismo ideológico lacrador e militante que não admite questionamentos. Mas a inclusão que fere a língua é apenas mais uma obsessão ideológica, condenado à irrelevância com o tempo.

Se sua intenção era acolher os não-binários, teria sido mais eficaz lembrá-los de que a língua portuguesa já os contempla na própria suficiência da Graça de Cristo durante a exposição da Palavra. E que o Evangelho, em sua essência, é inclusivo não por ímpetos gramaticais, mas porque Cristo vê o coração e não os pronomes. Cristo não precisa de ideologias reacionárias ou revolucionárias.

A palavra “todes” não ilumina o discurso; ela o obscurece. Não une pessoas; as segrega. Ao adotá-la, pastor, o senhor não fez jus à clareza que sua missão exige. Foi um gesto de cedência, não de coragem.

Deixo aqui minha reflexão: o senhor é, e sempre foi, maior do que os ventos de doutrinas, portanto seja maior que moinhos de ventos ideológicos e suas guerras imaginárias.

Um abraço e um beijo em seu coração,

William Frezze

Cristão

Advogado.





sábado, setembro 07, 2024

Resenha: "Luck and Strange", de David Gilmour

Após sete longos anos desde seu último lançamento, David Gilmour retorna com o álbum Luck and Strange, lançado em 6 de setembro de 2024. Gilmour, agora com a maturidade de seus 78 anos, nos entrega um trabalho que, de forma inequívoca, reflete a aceitação da passagem do tempo e a serenidade que vem com a velhice. Produzido em colaboração com Charlie Andrew, o álbum é uma coleção intimista e multifacetada, que mergulha tanto nas suas influências passadas quanto nas novas direções experimentais. Vamos analisar faixa a faixa para entender como Gilmour equilibra nostalgia e inovação.


Black Cat  

Abrindo o álbum, Black Cat é um prelúdio atmosférico, com 1 minuto e 32 segundos de uma beleza melancólica. O sintetizador que dá início à faixa logo é interrompido por um piano introspectivo, criando uma sensação de tristeza. É impossível não associar essa peça instrumental com Cluster One, de The Division Bell. Gilmour utiliza seu inconfundível toque de guitarra para suavizar o tom sombrio, embora a curta duração da faixa a deixe com um gosto de "quero mais". Poderia facilmente ter se desenvolvido em algo épico, mas sua brevidade dá o tom minimalista e contido do álbum.


Luck and Strange  

A faixa-título, por sua vez, mostra Gilmour abraçando as limitações de sua voz envelhecida, o que, curiosamente, adiciona uma profundidade emocional maior à sua performance. A reminiscência de Barn Jams de Wright é evidente, e a orquestração que permeia a faixa adiciona um elemento quase sinfônico, criando uma sensação de grandeza. Destaque para o órgão, que relembra os dias áureos de Richard Wright, e para o momento em que a vulnerabilidade vocal de Gilmour torna-se evidente, especialmente quando ele ousa ir além de sua zona de conforto, subindo tons que já não domina como antes. A aceitação dessa fragilidade é tocante e autêntica, capturando o espírito do rock em sua forma mais pura.


The Piper's Call  

Esta é a faixa mais difícil de digerir no início. Com uma cadência e ritmo que parecem desajeitados nos primeiros minutos, The Piper’s Call finalmente encontra sua identidade após a metade, quando a orquestra entra em cena. A transição para um solo de guitarra exuberante no final redime a faixa, mas o início hesitante pode afastar alguns ouvintes menos pacientes. Gilmour nos convida a persistir, e somos recompensados com um crescendo instrumental que prova que, apesar de seus altos e baixos, ele ainda tem a capacidade de nos surpreender.


Single Park  

Single Park é um dos momentos mais sublimes de Luck and Strange. A faixa é cercada por uma aura angelical, com vocais de apoio que elevam a melodia a uma dimensão espiritual. A reflexão sobre a mortalidade e a transcendência permeiam a letra, enquanto a instrumentação é impecável. As camadas de guitarra e teclado criam um cenário sonoro quase sacro. É uma composição que toca a alma, sendo ao mesmo tempo uma meditação musical e um testamento da maestria de Gilmour como compositor.


Vita Brevis  

Com apenas 42 segundos, Vita Brevis atua como um interlúdio delicado e etéreo. A harpa, acompanhada pela slide guitar, evoca uma atmosfera quase celestial. Embora breve, a peça deixa uma marca duradoura, e é impossível não desejar que ela tivesse se estendido por mais alguns minutos. No entanto, sua curta duração a torna uma peça de transição perfeita, levando-nos ao próximo ato com uma suavidade quase imperceptível.


Between Two Points  

Aqui, Romany Gilmour, filha de David, faz sua participação especial, tanto nos vocais quanto na harpa. A faixa tem um toque mais íntimo, e Romany, embora não seja uma vocalista com técnicas impressionantes, entrega uma performance vulnerável e doce. Sua voz é uma brisa fresca, contrastando com a experiência e o peso emocional de seu pai. O solo de guitarra ao final, mais bluesista, adiciona uma nova camada de profundidade à faixa, mostrando que Gilmour ainda sabe como explorar nuances emotivas através de suas cordas.


Dark and Velvet Nights  

Uma surpresa no álbum, Dark and Velvet Nights inicia com um riff que logo transita para um groove de R&B, algo incomum no repertório de Gilmour. O órgão pulsante ao fundo, combinado com uma guitarra poderosa, cria uma faixa energética e rítmica, que destoa positivamente das demais. Esse flerte com diferentes gêneros é um indicativo da versatilidade de Gilmour e sua disposição em continuar explorando territórios sonoros, mesmo em um ponto tão tardio da carreira.


Sings  

Uma das faixas mais introspectivas e românticas do álbum, Sings é uma homenagem evidente à esposa de Gilmour, Polly Samson. A letra, carregada de um romantismo rarefeito em sua discografia, transborda carinho e intimidade. A participação de seu filho em um trecho gravado no final adiciona um toque familiar que complementa a essência pessoal dessa faixa. Musicalmente, é menos complexa, mas a simplicidade de sua estrutura reflete a honestidade das emoções que ela carrega.


Scattered  

Encerrando o álbum com maestria, Scattered é talvez a faixa mais "Pink Floydiana" de todas. Com um piano que remete a Echoes, a faixa é uma reflexão profunda sobre a mortalidade e o fluxo ininterrupto do tempo. "Time is a tide that disobeys / And it disobeys me" é uma das linhas mais comoventes da canção, revelando a aceitação de Gilmour de que a vida, assim como a música, continua, indiferente a quem somos. O solo de guitarra é absolutamente deslumbrante, o melhor do álbum, e fecha o ciclo de maneira sublime, como uma despedida silenciosa de um dos maiores guitarristas da história do rock.


Conclusão  


Luck and Strange é mais do que um simples álbum; é o retrato de um ícone do rock que aceita a passagem do tempo com serenidade. David Gilmour, aos 78 anos, não tenta se reinventar ou impressionar tecnicamente, mas sim abraçar sua realidade atual — a de um homem que reconhece suas limitações vocais, físicas e emocionais, e ainda assim encontra beleza e significado nisso. Esse trabalho reflete uma aceitação madura da velhice, em que ele não apenas reconhece o fim de sua jornada como artista solo, mas celebra sua vida pessoal, sua família e os momentos simples que a idade traz. Vemos um Gilmour que valoriza o que realmente importa: o afeto, o legado familiar e a conexão emocional que perdura.


Ao invés de resistir ao envelhecimento, ele o acolhe, canalizando-o em um álbum repleto de introspecção, nostalgia e uma aceitação serena da mortalidade. Gilmour se despede, mas não com uma explosão épica; ele o faz com delicadeza, intimidade e uma mensagem clara: o verdadeiro triunfo está em viver plenamente, cercado por aqueles que amamos. E assim, Luck and Strange se torna um testamento não só da genialidade artística de Gilmour, mas de sua humanidade, que transcende o palco e ecoa na vida cotidiana.




Análise e Crítica Musical sobre Luck and Strange de David Gilmour,  por William Frezze.